Presidente da Apple diz que prefere ser melhor do que mais rápido e compartilha ensinamentos de Steve Jobs

Tim Cook acredita que a Inteligência da Apple proporcionará uma experiência transformadora com os produtos da marca. Ele menciona uma inovação no iPhone que deixa em segundo plano a corrida para ver quem chega primeiro. Em uma entrevista ao WSJ, também recorda Steve Jobs e compartilha algumas lições importantes que aprendeu com ele.

A Apple não está à frente nas inovações de inteligência artificial generativa (pelo menos, por enquanto). Tem-se falado bastante sobre a demora da empresa em integrar essas habilidades em suas ofertas. Também foi mencionado que a Inteligência da Apple não estava pronta a tempo do lançamento da mais recente versão do smartphone da marca, o iPhone 16.

Isso é um problema para a empresa? Para aqueles que conhecem a história da companhia, Tim Cook, o CEO, garante que não. Fazer primeiro nunca foi a prioridade da Apple e continua não sendo. Em uma entrevista ao The Wall Street Journal, onde falou sobre IA e alguns ensinamentos que guardou do tempo em que trabalhou com Steve Jobs, Tim Cook reafirmou que a ambição da Apple “não é ser a primeira, é ser a melhor”.

“Estamos totalmente confortáveis com o fato de não sermos os primeiros”, enfatizou Tim Cook na entrevista. “Na verdade, é necessário um tempo para fazer algo realmente bem. É preciso muita iteração. É preciso cuidar de todos os detalhes e, às vezes, isso leva um pouco mais de tempo. Preferimos lançar esse tipo de produto e contribuição do que apressar algo para ser o primeiro.” Como ele também destacou, se for possível “fazer as duas coisas ao mesmo tempo, isso é incrível. Mas se só pudermos fazer uma, não há dúvida. Se perguntarmos a 100 pessoas, 100 vão nos dizer que o importante é fazer melhor”.

Tim Cook está convencido de que a fabricante chegará lá com a Inteligência da Apple e que as ferramentas que está preparando terão um impacto transformador no mercado, assim como outras invenções da companhia. Ele faz comparações entre essa nova geração de ferramentas de IA e o impacto que o lançamento da tela multi-toque do iPhone ou a roda de menus do iPod (Clickwheel) tiveram no mercado.

Ele afirma que a experiência com funcionalidades como os resumos de informação realmente fará a diferença na vida das pessoas, ajudando a economizar muito tempo. Segundo ele, a Inteligência da Apple terá o poder de alterar profundamente a experiência com os produtos da marca. Isso ficará registrado na história, pois o último iPhone começou a ser vendido sem integrar essas novas funcionalidades.

As lições de gestão que Tim Cook aprendeu com Steve Jobs

Steve Jobs também foi tema de uma parte da conversa de Tim Cook com o WSJ. O executivo admitiu que aprendeu muito com o icônico presidente da Apple e revelou que nem sempre foi fácil compreender sua maneira de agir, mas muitas vezes ele percebeu os benefícios que isso poderia trazer.

Tim Cook menciona que aprendeu o valor da inovação com Steve Jobs e que foi com ele que entendeu a validade de outra máxima: “equipes pequenas podem fazer coisas impressionantes”. Foi essa lógica que a empresa utilizou para chegar ao conceito tanto do iPod quanto do iPhone, embora nem todos concordassem que essa era a dimensão de recursos adequada para projetos tão importantes.

O atual líder da Apple também contou que Jobs gostava de ser desafiado. Ele acreditava que “as melhores pessoas para se cercar são aquelas que nos desafiam” e aconselhava Tim Cook a contratar pessoas com habilidades que ele mesmo não tinha, sem se sentir ameaçado que poderiam surgir ideias melhores. Pelo contrário, Jobs via isso como uma oportunidade e facilmente mudava de ideia sobre um tema quando alguém apresentava uma ideia melhor e conseguia comprová-la.

Tim Cook confessou que, enquanto trabalhava com Jobs, aprendeu a não ficar preso às ideias do passado. Admitiu que, no começo, não foi fácil colocar esse desapego em prática, mas acabou percebendo que “essa é uma característica brilhante”.

Na mesma entrevista, o CEO da Apple falou ainda sobre os Vision Pro, admitindo que o dispositivo ainda é voltado para early adopters e que a falta de uma aplicação mobilizadora não ajuda. Ele também lembrou que não é a primeira vez que um produto da Apple tem um início de vendas fraco; o mesmo ocorreu com o iPhone e com o iPod, e o que aconteceu depois já é conhecido.

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