Formação, testes e reavaliação das Zonas Livres Tecnológicas entre as recomendações do Projeto Bridge AI

Com a implementação da nova legislação brasileira para a inteligência artificial em andamento, um grupo envolvendo o INESC-ID, a Fundação Champalimaud, a Unbabel e diversos especialistas se reuniu para alinhar recomendações que ajudem a colocar o Brasil na vanguarda dessa área.

O Projeto Bridge AI apresentou um conjunto de recomendações destinadas a orientar os decisores políticos na implementação da nova lei brasileira sobre Inteligência Artificial, que está em fase de adoção. Entre as principais sugestões está a criação de equipes red em empresas e instituições públicas, para testar produtos, avaliar as necessidades de segurança e garantir que a IA seja segura.

O grupo também sugere o desenvolvimento de uma ferramenta prática e acessível para a avaliação de riscos em IA, que possa ser utilizada tanto por criadores quanto por usuários. Essa ferramenta permitiria identificar o nível de risco em cada situação específica e os tipos de riscos envolvidos. O Bridge AI já desenvolveu uma metodologia para avaliar riscos éticos na criação de produtos de IA, e os especialistas recomendam sua aplicação por empresas e entidades públicas.

Além disso, propõe-se uma reavaliação da estratégia para as Zonas Livres Tecnológicas, alinhando-a mais com modelos internacionais. Uma das mudanças sugeridas é que se mova do foco regional para uma abordagem orientada por setores específicos, o que poderia ser mais eficaz.

Essas conclusões foram apresentadas no sábado, 19 de outubro, em um evento no Brasil. O Projeto Bridge AI, coordenado pelo INESC-ID em colaboração com a Fundação Champalimaud e a Unbabel, tem como objetivo colocar o Brasil na liderança da regulação da Inteligência Artificial.

Outras recomendações incluem a adoção de medidas que incentivem a retenção de talentos nacionais especializados em IA, a realização de um inquérito nacional sobre literacia em IA, e o desenvolvimento de programas que promovam o intercâmbio entre profissionais de diversas áreas e especialistas em IA.

Também é recomendada uma forte aposta em formação contínua, com a criação de campanhas e conteúdos programáticos voltados à literacia em IA, abrangendo todos os setores. Entre as medidas, está a inclusão de temas de IA nos currículos educacionais formais, para garantir que o país esteja preparado para o futuro dessa tecnologia.

O Projeto Bridge AI foi criado para conectar o mundo acadêmico, empresarial e o setor público, promovendo uma reflexão sobre as implicações da nova legislação de IA no Brasil. Ao longo do último ano, especialistas nacionais e internacionais colaboraram nesse exercício, e os resultados apresentados são preliminares, mas já prometem influenciar o futuro da regulação da IA no Brasil.

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